Laser consegue ver através das paredes
Laser penetra em materiais opacos
Pesquisadores descobriram uma maneira de tratar um feixe de laser para que ele entre em superfícies opacas sem se dispersar – como um farol que fosse capaz de iluminar com força total através da mais densa neblina.
É importante ressaltar que se trata de penetração da luz no material opaco – é um laser de baixa potência, e não um laser como os usados para cortar metais, que também entram pelo material afora, mas queimando tudo.
A descoberta tem diversas aplicações potenciais, incluindo as imagens de tecidos profundos do corpo humano e a optogenética, técnicas médicas nas quais a luz é usada para sondar e manipular células em tecidos vivos.
“Normalmente, um feixe óptico propagando-se através de um meio difusivo, como um nevoeiro, se espalhará lateralmente. Mas nós descobrimos que uma preparação especial do feixe de laser pode transmitir toda a luz recebida sem propagação lateral,” disse o professor Hui Cao, da Universidade de Yale, que fez a descoberta em conjunto com colegas da Universidade de Ciência e Tecnologia de Missouri.
É bom lembrar que essa mesma equipe foi a criadora do antilaser.
Laser que atravessa meios opacos
A equipe usou um modulador espacial de luz (SLM) e o CCD de uma câmera digital para analisar um material opaco feito de uma camada de tinta branca.
O SLM ajustou o raio laser incidente na superfície frontal do material, e a câmera CCD registrou os perfis de intensidade na sua esteira. Com esta informação, o laser pôde ser ajustado para encontrar uma “rota” através da tinta branca.
O resultado é um feixe mais concentrado, com mais luz por volume dentro e por trás do material opaco. Além de uma camada de tinta branca, os materiais nos quais o laser preparado pode ser eficaz incluem tecidos biológicos, neblina, papel e leite.
“Nosso método funciona para qualquer meio opaco que não absorva a luz,” disse Cao.
“Aumentar a energia óptica em meios de dispersão opaca é extremamente importante na optogenética e no imageamento de tecidos profundos. Atualmente, a profundidade de penetração para sondar e estimular ou visualizar os neurônios dentro do tecido cerebral é limitada devido ao múltiplo espalhamento,” exemplificou o pesquisador Hasan Ylmaz.
Fonte: Inovação Tecnológica