Novo microscópio eletrônico registra imagens incríveis.
O microscópio eletrônico não é nenhuma novidade, e existe desde 1930. Mas agora ele foi radicalmente aperfeiçoado. “Foi como se todos estivessem voando em biplanos e de repente tivéssemos um jato”, explica o físico David Muller, da Universidade Cornell (EUA).
Este microscópio é muito mais potente que o ótico, pois não utiliza a luz, e sim feixes de elétrons para atingir uma amostra. Agora, a equipe de pesquisadores de Muller bateu um novo recorde, registrado em artigo publicado na revista Nature no último mês de julho. Eles conseguiram captar imagens com a maior resolução do mundo.
Para isso, eles criaram um tipo de lente especial para focar melhor nos elétrons, da mesma forma que as lentes óticas funcionam nos microscópios óticos. Eles também desenvolveram uma câmera supersensível, capaz de registrar rapidamente elétrons individuais. Essas imagens mostram uma camada finíssima de apenas dois átomos, de molibdênio e enxofre.
Não apenas eles conseguiam distinguir átomos individuais, como eles também podiam vê-los até quando eles estavam a apenas 0,4 angstroms de distância, ou seja, metade da distância de uma ligação química. Eles podiam até enxergar o local em que havia um átomo de enxofre faltando em um padrão de átomos repetidos.
Muller está estudando materiais finos, com apenas uma ou duas camadas de átomos, que exibem propriedades incomuns. Ele acredita que o microscópio pode ajudar a esclarecer o mecanismo por trás de um material finíssimo que quando é colocado em camadas de uma forma específica, torna-se supercondutor.
Os elétrons são muito mais eficientes do que a luz neste microscópio porque têm o comprimento de onda mil vezes mais curto, e portanto produzem resolução mais alta.
Estas novidades no equipamento podem ajudar cientistas como Mary Scott, física da Universidade da Califórnia em Berkeley, a estudar como átomos individuais contribuem para a propriedade de um material, como sua força ou condutividade, por exemplo. Mas o objetivo final desses estudos é conseguir manipular esses átomos para construir materiais novos.
O desafio atual é que apenas minúsculas mudanças na composição atômica dos materiais ou das estruturas podem alterar sua função. Essas imagens microscópicas podem ajudar a explicar por que isso acontece.
Fonte: Hypescience
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