Gerador movido pelo coração
Se a proposta de Lin Dong e seus colegas da Universidade Dartmouth College, nos EUA, for aprovada pelas autoridades de saúde, pode ter chegado ao fim a busca pela colheita de energia que vai permitir eliminar de vez as baterias dos implantes médicos.
O problema com a atual geração de implantes biomédicos é que as baterias precisam ser trocadas, o que exige cirurgias adicionais, com seus riscos, custos e impactos na qualidade de vida.
A ideia de Dong é usar o próprio coração como fonte de força mecânica para acionar um gerador capaz de produzir eletricidade suficiente para alimentar implantes como marcapassos ou desfribiladores.
Nanogerador
A proposta consiste em modificar os marcapassos para aproveitar a energia cinética dos fios que conectam o implante ao coração, convertendo essa energia cinética em eletricidade para recarregar continuamente as baterias.
Para isso, o fio original recebeu um revestimento de um tipo de filme piezoelétrico polimérico chamado PVDF (fluoreto de poliviniledeno), o mesmo usado em uma proposta similar para gerar eletricidade a partir da respiração.
O grande truque foi fabricar o PVDF na forma de estruturas porosas, seja uma matriz de pequenas fibras ou uma viga flexível. Isso permite que o material piezoelétrico converta até mesmo movimentos mecânicos minúsculos em eletricidade, um conceito conhecido como nanogerador.
Um benefício adicional é que os mesmos módulos poderão ser usados como sensores para permitir a coleta de dados para o monitoramento em tempo real dos pacientes.
A caminho dos hospitais
Os primeiros testes, feitos em parceria com médicos da Universidade do Texas, foram tão promissores que mereceram a capa da revista Advanced Materials Technologies.
A equipe prevê agora mais dois anos para finalizar os testes pré-clínicos e preparar a aprovação do marcapasso autorrecarregável pelas autoridades de saúde.
Fonte: Inovação Tecnológica