Os dias de calor acabaram: conheça o ar-condicionado pessoal
São Paulo, 33 graus. Florianópolis, 36oC. Rio de Janeiro, 39oC. Essas são as máximas previstas para esta sexta (11). Se o brasileiro tem reclamado do calor ultimamente, não é exagero.
Esse aumento na temperatura havia sido previsto em dezembro do ano passado, quando o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC-INPE) afirmou que este verão seria marcado por temperaturas acima da média histórica. O motivo? A formação do fenômeno El Niño, que também deve alterar o regime de chuvas.
Não dá para tomar sorvete o dia todo ou ter um escritório na praia, mas talvez a salvação para driblar esse calor esteja numa novidade em exibição na CES 2019, a maior feira de tecnologia do mundo, em Las Vegas: uma espécie de ar-condicionado pessoal.
O aparelho, chamado Embr Wave e que mais parece um relógio, promete “hackear” o nosso sistema nervoso e alterar a sensação térmica da pele. Utilizando o aplicativo da marca, a Embr Labs, é possível regulá-lo para emitir ondas “quentes” ou “frias”. De acordo com a empresa e com testes feitos por universidades americanas, o Embr Wave consegue aumentar (ou diminuir) a sensação térmica em até 3 graus Celsius.
Para entender como o aparelho funciona, é preciso compreender como o nosso corpo responde a mudanças de temperatura. A sensação de frio ou de calor não quer dizer que o interior do nosso corpo está resfriando ou superaquecendo, mas sim que os termorreceptores da pele perceberam que o clima no ambiente mudou.
Esses receptores, então, enviam uma mensagem para a parte do cérebro que cuida da nossa termorregulação, fazendo com que a gente queria colocar um casaco – ou entrar numa piscina. O Embr Wave, na verdade, prega uma peça: ao modificar a temperatura na pele sensível do pulso, ele modifica a sensação térmica que estamos sentindo.
A bateria de lítio suporta de 25 a 50 usos antes de precisar ser recarregada. E o Embr Wave pode ser a saída para quem vive brigando pela temperatura do ar-condicionado no escritório, pois há ainda um modo mais duradouro, de meia hora. O plano futuro é desenvolver uma modalidade que facilite o usuário a pegar no sono.
Projeto da faculdade
A ideia para o wearable (aquelas tecnologias que você pode vestir) veio de três estudantes do MIT em 2013. No ano seguinte, o projeto foi incorporado à universidade e ganhou um prêmio por inovação. Em 2017, a empresa já contava com investidores e tentou a sorte no Kickstarter, um site de financiamento coletivo.
A vaquinha deu resultado e eles arrecadaram mais de US$ 600 mil. Detalhe: a meta era de apenas US$100 mil. O objetivo dos estudantes era criar um aparelho que ajudasse na diminuição do consumo de energia. Nos Estados Unidos, controlar a temperatura em ambientes fechados representa 16,5% do consumo de energia.
Por enquanto, o produto está à venda apenas nos EUA e no Canadá, pelo preço salgado de US$299 (R$ 1.100). Se ele funciona de fato, só testado. Mas com um calor desses, qualquer tentativa é válida.
Fonte: Super Interessante