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Conheça o ciclo das inovações emergentes

É possível que, em breve, grande parte da população de países desenvolvidos tenha um amigo quase imaginário. Quase, pois eles não existirão de forma física, mas poderão ouvir desabafos, dar conselhos, contar piadas, além de auxiliar nas tarefas do lar e na rotina de trabalho. Serão verdadeiros facilitadores da nossa vida.

Embora ainda tímidos, eles já estão entre nós. São os assistentes virtuais, como a Siri, da Apple; o Google Assistente, do Google; a Alexa, da Amazon; e o Cortana, da Microsoft.

Atualmente, um dos mais completos é a Alexa. A assistente realiza cerca de 30 mil tarefas, entre elas leitura de notícias, seleção musical, contas matemáticas e pesquisas na internet.

Mês passado, a Amazon anunciou novas funções da Alexa.

“O Alexa Skill Blueprints é uma maneira totalmente nova para você criar funcionalidades personalizadas da Alexa apenas para você e sua família”, disse Steve Rabuchin, vice-presidente da Amazon Alexa em comunicado. “Você não precisa desenvolver habilidades específica ou codificação para começar.”

De acordo com o estudo Hype Cycle 2018, realizado pela consultoria de TI Gartner, a tecnologia dos assistentes virtuais estará estabilizada daqui dois a cinco anos.

Realizado anualmente pela Gartner, o Hype Cycle não é só um estudo, mas também é uma metodologia que aponta tecnologias emergentes e sua assimilação pelo mercado.

O Hype Cycle é uma representação gráfica dos estágios do ciclo de vida de uma tecnologia, desde a sua criação, transformações, adoção generalizada e maturidade – quando deixa de ser uma novidade.

O gráfico, formado por uma linha curva, é acompanhado de diferentes tecnologias, cada uma dentro de cinco estágios de desenvolvimento (veja melhor no infográfico abaixo, os nomes das tecnologias estão em inglês). São eles:

  1. Gatilho da inovação. O momento que uma tecnologia nascente chega ao conhecimento do público, despertando curiosidade.
  2. Pico de expectativas infladas: Período do auge do burburinho da tecnologia, onde ainda estão sendo debatidas suas aplicações, o que gera enormes expectativas, mesmo que incertas.
  3. Vale da desilusão: Quando acontece a queda na curva, pois o mercado começa a perceber que a real aplicabilidade da tecnologia é menor do que a esperada (ela não é totalmente revolucionária quanto se apregoou).
  4. Ponto de esclarecimento: o momento em que a viabilidade da tecnologia está mais clara. É um momento de aprendizagem e exploração de sua verdadeira usabilidade. Soluções que atendam a real necessidade do mercado passam a ser desnolvidas.
  5. Platô de produtividade: A fase em que a tecnologia está estabilizada. Protótipos viram produtos, que estão à disposição do mercado, com foco no aumento da produtividade e atendimento de demandas especificas do usuário.

O QUE VEM POR AÍ

O último estudo Hype Cycle da Gartner traz 35 tecnologias emergentes. Há inovações já conhecidas, como Realidade Aumentada e Blockchain.

Outras ainda são mais conhecidas porque popularizadas em filmes de ficção cientfica. É o caso do Exoesqueleto, um sistema dotado de motores elétricos e estrutura de metal que reveste o corpo humano, fornecendo aos membros mais força e resistência.

Como é de se imaginar, algumas tecnologias que aparecem no estudo na segunda metade da curva ainda estão longe de serem uma realidade no Brasil.

Isso ocorre porque as inovações nascem em países desenvolvidos e, só após anos, começam a se popularizar no mercado brasileiro.

É o caso das Smart Factories (ou fábricas inteligentes, conhecidas como Indústria 4.0), que no estudo aparece no Vale da Desilusão. A tecnologia reúne outras inovações, como Internet das Coisas (IoT), Impressão 3D e computação na nuvem.

De acordo com Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, estima-se que 15% das empresas de países como Coreia do Sul, Estados Unidos, Israel e Alemanha utilizam manufatura avançada.

No entanto, no Brasil, a taxa de empresas que adota tecnologias da Indústria 4.0 é de apenas 2%.

Recentemente, o SENAI desenvolveu um programa de melhoria de processos produtivos, com foco em pequenas indústrias.

Chamado de Indústria Mais Avançada, a ideia é levar novos métodos de controle de produção e eficiência operacional, voltado a sustentantabilidade.

Nas empresas que particpam do programa, a contagem de produção e paradas de máquinas são registradas automaticamente, com hardware IoT, que requer apenas uma rede Wi-Fi na fábrica. Já os registros manuais são feitos com um smartphone.

A consulta dos indicadores ficam disponíveis em softwares na nuvem, que também podem ser acessados por dispositivos móveis.

Os dados registrados são processados por mecanismos de Big Data. Assim, as informações são usadas para melhorar a tomada de decisão de novos processos fabris e de gestão de produção.

Fonte: Diário do Comércio

Wagner Marcelo

Atua profissionalmente como arquiteto de inovação, gera e fomenta ecossistemas empreendedores e tecnológicos, hoje somados são mais de 400 mil pessoas em sua rede. Tem como missão o desenvolvimento de negócios disruptivos.

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