Precisamos dominar a Fusão Nuclear
Quando terminei o mestrado em Física Nuclear (Instrumentação em Física Nuclear) já era professora na Universidade e no Ensino Médio. Se havia uma palavra que podia sintetizar minhas preocupações sobre o que ensinar, esta era a palavra: energia. Para mim não fazia sentido um estudante de nível médio e menos ainda de nível superior em ciências exatas, sair do curso sem entender a importância do Princípio da Conservação de Energia e da Segunda Lei da Termodinâmica. Explicando melhor: todo cidadão precisa entender a equação que envolve geração e uso de energia – a energia total do universo não acaba mas, com o uso, fica indisponível.
Claro que a estratégia também envolvia a discussão sobre energia renovável, sustentável e todos os clichês da questão da sobrevivência do planeta. A preocupação era, na verdade: precisamos de energia e pronto! Muita! Muita energia!
Como?
Fissão Nuclear produz grandes quantidades de energia, mas todo o custo de tratamento de resíduos e os riscos de acidentes torna essa forma de obtenção de energia pouco atrativa.
Sempre me encantei com a Fusão Nuclear. Talvez por ser a responsável pela “vida” das estrelas e por forjar elementos. E a possibilidade de dominar este processo aqui na Terra? É fascinante a ideia de reproduzir em pequena escala o que acontece no interior de uma estrela!
Pois a primeira vez que citei o ITER – International Thermonuclear Experimental Reactor , ou “caminho” em latim, (www.iter.org)–, capaz de gerar 500 megawatts de energia, foi no início dos anos 2000, nas famigeradas aulas de Física Moderna para o curso de Engenharia Elétrica da PUC-SP. Na época eu tinha uma breve descrição do projeto e um esquema muito bem feito do reator, que mostrava a dimensão do projeto comparando o reator com a dimensão da altura de um homem, e preparei um slide no Power Point (ver figura) que eu exibia para a turma, com muito orgulho: vejam! está aí o futuro e vocês podem contribuir! Parecia tão distante da nossa realidade – minha e dos alunos – mas, acho que eu estava certa! Eis que um jovem físico brasileiro, Vinícius Njaim Duarte, acaba de contribuir significativamente para a evolução dos tokamaks (tipo de reator de fusão tal como o ITER).
O artigo da Agência FAPESP explica o processo de fusão e a contribuição do físico brasileiro.
“O ITER será o primeiro protótipo de uma máquina capaz de gerar eletricidade por meio de fusão de forma eficiente. O emprego da fusão nuclear controlada não está livre de controvérsias. Mas seus propositores acenam com a perspectiva de uma geração segura e praticamente ilimitada de energia, sem a contrapartida da produção de lixo radiativo, como ocorre nos reatores a fissão.”
Leia mais para conhecer e se surpreender…
Fusão Nuclear – Agência FAPESP
Lembro quando mostrou isso em aula profe! Hehe mto bacana, tomara cheguemos la logo pra acabar com fontes insustentaveis de energia
Nossa! que legal, Gabriel! Bom saber que lembrou!!!